19 June 2009
Arbitragem Profissional - Amesterdão 2004
Mais um capitulo na aventura que foi Arbitrar profissionalmente.
Após Paris, que tinha sido um fiasco de condições para uma prova do Millennium Series, iamos para a terceira prova do circuito que já tinha decorrido com as etapas de Alemanha e Paris.
Amesterdão é sem dúvida o melhor local para uma prova de paintball, a quantidade de vida nocturna e actividades extra que um jogador pode fazer são tantas, é sem dúvida literalmente a cidade a um passo do Inferno.
Era a segunda etapa da EXL, e as equipas estavam-se a afinar para a segunda prova do embate, mas antes disso.
Marquei mais uma viagem do meu próprio bolso, desta vez para Amesterdão. O plano dado pelo Steve Morris era chegar ao aeroporto e apanhar um comboio até Haarlem e depois táxi para o Hotel. Primeiro passo achar o comboio e a bilheteira num aeroporto/estação cheio de obras. Cheguei à bilheteira e comprei um bilhete para Haarlem e pedi indicações. Haarlem é um lugarejo com traços antigos nos edificios nos arredores de Amesterdão. Para meu espanto descobri no comboio que tinha indicações e bilhete para Arlem, ou uma cena parecida, mas não era grave que não estava perdido a 100%. Falei com um rapaz no comboio que soube me dar indicações e sabia o que era o Sporting o clube de onde veio o Figo, fenomenal, com informação dele e de um pica que me cobrou o excesso do bilhete lá troquei de comboio numa estação de cruzamento de linhas, e cheguei ao destino. Na estação cheguei ao primeiro taxista perguntei se sabia falar inglês (pergunta óbvia, é rara a pessoa no norte da europa que não fala inglês), e dei-lhe a morada do hotel.
Chegado ao hotel encontrei o Sammy, um árbitro Finlândes com o qual simpatizei, e às vezes ainda trocamos uns e-mails, e pedimos boleia aos London Tigers para o campo para ir ver como estava o layout e para as reuniões da praxe.
Lá chegamos com o misto de "white posh trash" britânico ao campo, para encontrar o Adam (não me recordo do seu último nome) o presidente ficticio do MS e o Steve Morris a tentarem ligar os scoreboards que tinham apanhado com chuva e praticamente a se electrocutarem. Fui dormir para a bancada até a hora de reunião.
Na reunião conheci o Mike "Boogie" e o Leon, os dois árbitros americanos que o Steve Morris tinha trazido da NXL para "nos darem uma ajuda na EXL", o Mike Racto (comissário da NXL) também tinha lá estado em reunião com o Steve Morris, mas não o conheci na altura.
Os dois americanos não trouxeram nenhum sistema inovador, mas trouxeram uma postura brilhante. Sem arrogância, descontraidos e dispostos a tornar a prova num suave decorrer sem polémica onde os protagonistas são os jogadores e não os árbitros, sempre austeros e imparciais no cumprimento das regras. Algo que muitos dos "árbitros de hoje em dia" ainda não aprenderam, e provavelmente não vão aprender, pois começa por deixar o ego pessoal em casa.
Todas as equipas, já nos tinham felicitado em Paris pela arbitragem, aqui ficaram deliciadas e satisfeitas.
Mas voltando a Amesterdão, houve mais americanos a virem, Travis Day dos Aftershock (actualmente Rage) veio arbitrar (dormir em campo e consumir mais droga e cogumelos que uma pessoa inspira ar), e o David que foi arbitrar 7 man (não me recordo do segundo nome) que era o especialista em equipamento da PSP, basicamente o gajo que te agarrava no material e dizia se estava em conformidade com as regras em X-ball divisional e 10 man. Ele sabia os truques todos dos tempos de semi, pois também os fabricava e vendia.
Basicamente era a terceira prova com uma equipa maioritariamente de árbitros pagos nos vários campos, os dois de x-ball era tudo contratado, os de 7 man tinham dois e três árbitros contratados.
Foi também a última prova do MS dos "cinco de paris" enquanto Estratego. Levaram o "Zeza" para jogar com eles. Nas vezes que fui ter com eles, ver se aprendia alguma coisa e a levar bebidas isotónicas que eles cravavam-me, só ouvia era os "sóbrios" a gozarem com os que fumavam ganza...
Na EXL, correu tudo bem, os Russos dominaram para variar, os que deram mais luta foram os Joy Division. Apanhei duas vezes na prova o marcador do Sebban (Joy) com batota, facto que até causou que o resto da equipa e treinador gozasse com ele, porque pelos vistos ele é do "campo" lá na Suécia. Os Shockwave ganharam o seu primeiro jogo, e o treinador passeou nu pelo campo após o término do jogo.
Os TonTons, descobriram que eu percebia o que eles falavam e a partir daí sempre que havia algo vinham falar comigo para eu traduzir. Fora os Halmone e o Frank um pouco, os outros não falavam inglês o suficiente para pedirem um hamburguer no macdonalds sem usar gestos...
Como disse foi calmo, fomos congratulados, e ainda tive tempo de ver o Formiga a jogar X-ball Open com os Dynasty no campo do lado.
Logo no primeiro dia o Boogie veio perguntar-me, após ver que eu tinha um real interesse e dedicação no que e como fazia, se tinha vontade em ir aos EUA arbitrar. Imaginei na altura que o "cota" já tinha fumado ganza a mais, mas disse claro que sim. Ele no mesmo dia foi falar com o Mike Racto, e só não fui à prova logo a seguir de Chicago, porque era a duas semanas salvo erro. Fiquei com o contacto do Boogie e mais tarde troquei mails com ele e com o Dan Fagan, o responsável pela logistica dos árbitros da NXL.
Infelizmente nunca fui a Chicago, a prova que sempre mais quis ir a seguir ao World Cup, para mim é a segunda "Meca"...
Nos restantes dias tudo correu suave na prova, e no fim do dia absorvi todas as histórias que o Boogie e o Leon tinham para contar, ia com eles jantar a uma pizzaria espectacular no Haarlem, onde voltei no ano a seguir várias vezes e até ia com eles para os coffee shops perto do hotel fazer "vela" só para poder ouvir as histórias de todos. Fui uma autêntica esponja seca atirada para dentro de água.
A EXL acabou com a final entre os RL e os Joy, com os RL a sairem vencedores, e após os agradecimentos no pódio das equipas da EXL também vi o Formiga no pódio com os Dynasty. Foi uma prova excelente a que voltei no ano a seguir com os Trolls para jogarmos.
É sem dúvida a prova que mais saudades faz do antigo circuito do Millennium, com o cheiro constante a ganza em todo lado, acho que se vê menos tabaco a ser fumado que noutra prova qualquer. Fora o detalhe negativo de o "organizador local" não deixar as equipas levar comida para o recinto nem bebidas para obrigar o consumo. Amesterdão deixa saudades sem dúvida.
Jaime Menino
16 June 2009
Seis Temporadas Nacional
03 June 2009
KULT. O Fenómeno
COMEÇO
Mas vamos passar aos factos. Estavamos por meio da temporada da Copa Ibérica, portanto 2002/2003, e tinhamos sempre a assistir nas provas no meio da escassa presença de público, três pessoas que se tinham estreado recentemente no mundo dos jogos recreativos dos Renegados. O Alex Leal, a irmã (que foi para as Power Paint Girls) e o Nuno Alves. Crescia assim a vontade de criar uma equipa e dar um salto ao mundo competitivo, assim salvo erro na off season antes do começo de 03/04 juntaram mais uns quantos novatos no meio: O tal de Miguel Correia que alguns conheciam do universo geek. O Figueiredo que ainda chegou a ser cobiçado pelos Paintoon após uma temporada como Kult. O Xico aka "moicano", possivelmente o jogador mais versátil deles mas sem dúvida o mais metrosexual. Khamy, outra personagem que habitava nos jogos dos Renegados e que não durou muito. o Rui, amigo do Pedro Reis que ele queria à força meter nos Trolls. O Pedro Zeiger, o famoso gritador.
Rapidamente perderam o Rui ainda em 2004, que afinal os Trolls precisavam dele. Mandaram o Khamy embora quando já não precisaram dele para fazer número pois tinha demasiados parâmetros para jogar.
Foi engraçado vê-los de longe a juntar o projecto e ver a sua evolução no Penteado e nos campos. Nos treinos começaram por querer jogar connosco, mas rapidamente ganharam uma fobia a treinar com os Trolls, e só treinavam contra as P.P.G. numa onda infantil onde cronometravam o tempo que elas (também maçaricas e a começarem nesse ano) duravam contra eles em campo. Sempre a partir daí a recusar os nossos convites de treino. O detalhe destes episódios que nunca mais vou esquecer é o dia que levaram uma derrota das miúdas em treino, foi hilariante. Aquele jogo não o cronometraram, e sairam de campo cabisbaixos.
Foram um projecto muito interessante e que evoluiu muito, em pouco tempo. Tiveram uma primeira época parva em termos semi-mediáticos, onde o seu principal porta voz o Alex Leal "BlackCat", assim como o dos Lobos, Ti Toi, decidiram entrar na onda do André Clemente e da autopromoção do Regional de Lisboa num artigo da FaceFull onde chegaram ao ridiculo de dizer que usavam a L.P.P. para treinar para o RLX. Um artigo parcial do Clemente, como muitos outros, onde ele decidiu dar um spin de regional versus L.P.P. algo que não era real, se havia alguma postura de concorrência era tomada pela organização do regional e os seus lacaios, até o "mm" do Sénior (outra personagem) mandava bocas e nem sequer jogava competição.
Então nesta primeira temporada os Kult participaram em apenas 5 das 6 provas em Amador 7 man dessa primeira temporada da LPP, e com resultados muito fracos. O mesmo para os Lobos que participaram apenas em 3 das 6 provas. Ambas equipas numa clara atitude de kiss-ass à organização e fornecimento da Ponto de Mira, atitude a qual ainda existe muito noutros meios e com outras empresas, sobretudo por quem é novo neste meio. As equipas e jogadores tem tendência para se esquecerem que são clientes e que não devem vender os seus principios, a qualidade do seu desporto e competitividade para receber umas caixas de bola ou desconto. Mas rapidamente passou-lhes essa postura sobretudo porque os jogadores de ambas equipas queriam jogar onde havia competição real.
Que se diga que ambas equipas também não conseguiram nenhum lugar especial nessa temporada no Regional de Lisboa, é ao fim ao cabo o detalhe irónico.
SEGUNDA TEMPORADA
Na temporada seguinte, 2004/2005, ambas equipas já transpareciam uma maior vontade de pertencer à massa inteligente do Paintball. Foi a temporada da mudança radical na comunidade de paintball em Lisboa. A Ponto de Mira tinha acabado de contratar os "cinco de paris" para os Paintoon e ao mesmo tempo não muito relacionado perdia praticamente todas as equipas para a sua principal concorrente a Estratego.
No regional ambas equipas passaram discretamente em segundo plano, devido à presença de tanta equipa Pro num único escalão do regional, mas certamente tiveram um treino e peras em cada prova.
Nessa mesmo temporada ainda apanharam o Pedro Reis, que já estava nos Paintoon depois de uma saida abrupta dos Trolls, que sempre se deu bem com os grande parte dos elementos da equipa e que foi sobretudo um boost moral para a equipa.
Não tenho a certeza em que temporada entrou o Ricardo Campos, que era sobretudo e ainda é um dos melhores backplayers nacionais e não é sequer reconhecido mas tenho ideia que foi nesta temporada.
Assim como o PMota que jogou sobretudo com eles neste segundo ano, uma outra personagem bastante engraçada que se distinguia pela sua permanente voz de bagaço, mas pelo que percebi ainda deixou uma divida avultada na equipa quando imigrou para a Irlanda...
Na temporada nacional de em 2005/2006, os Kult tiveram um ano em que subiram a Pro, foi uma adaptação dificil nunca tendo conseguido atingir o pódio, conseguiram sobreviver uma temporada de resultados baixos e um ano de construção. Estavam sobretudo no bom caminho para se tornarem num dos pilares do status quo pro nacional. Tinham uma equipa coerente e unida, e sobretudo se mantivessem o projecto dois anos e para a frente sem falhas seriam sem dúvida um pilar na comunidade de topo do paintball nacional.
QUARTA TEMPORADA
Em 2006/2007 a última temporada de escalões abertos, antes do escalão GOLD na LPP ser fechado e a última temporada dos Kult. Os Kult começaram a temporada da melhor forma possivel. Estavamos já a jogar X-ball lite no RLX e na primeira prova do Campeonato Nacional conseguiram entrar nas finais, perdendo nas semi finais contra os Paintoon, e desconcentrando-se e perdendo o terceiro posto para uns inferiores Estratego. Sobretudo lembro-me bem da falta de calo e calma da formação. As provas seguintes da temporada foram uma desgraça, o Pedro Reis sempre lesionado, jogadores que tinham saido também não ajudou. A integração de alguns dos Kult kids, o Pedro Zeiger também tinha sido convidado a "evoluir" noutras paragens, porque não era suficientemente bom para o nivel da equipa mas ao menos fazia número e presença. Tiveram mais uns jogadores na equipa, nada de especial ou destaque ou que seja alguém que seja primeira escolha para as actuais equipas Pro.