30 May 2009

Os Alcacerenses

Estive uma semana fora a aproveitar "la dolce vita" e dei por mim a ser por uns instantes um desaparecido da cena paintbolistica. Com a minha memória bastante selectiva recordei-me no final desta semana de mais uns verdadeiros desaparecidos, e uns que também tanto promoteram e fizeram, mas provavelmente ou fartos das tramóias que tanto habitam este nosso meio ou simplesmente com o seu dínamo avariado, desapareceram da noite para o dia.

Nem liguei a perguntar ao Toze Grilo, como no passado fiz ao dínamo dos Piratas na primeira temporada em que desistiram de jogar em Portugal a tempo inteiro, porque já sabia que ia provavelmente ouvir a mesma conversa do "estou farto disto" ou os vários factos de quanto mais velhos na idade são os jogadores de um colectivo, mais putos e irresponsáveis são, eu sei bem do que falam e argumentam e todos temos o nosso ponto de ebulição.

Mas indo ao assunto, este post é dedicado à memória dos Evion e mais tarde a sua equipa irmã Keition e das muitas outras equipas que desaparecem e não fica sequer um elemento para contar a história (há mesmo muitas). Ou porque não eram projectos com vontade de jogar paintball de competição, ou porque se juntaram e era uma forma de dar tiros, ou porque não atingiram as metas demasiado ambiciosas de ganhar, ganhar, ganhar!!!

Ainda cheguei a vê-los na prova do MS na Holanda em 2005, numa postura clara de terem ido à terra da droga leve e das prostitutas em vez de irem para uma prova de paintball. Já não era mau, ao menos via-se que estavam talvez semi empenhados na carreira da equipa ao irem a uma prova internacional.

A segunda equipa, os Keition não deixaram grande marca, andaram debaixo da alçada da equipa irmã. Mas os Evion quase que foram grandes, no seu primeiro ano (2003/2004), perderam o primeiro lugar 5 man Novice para os Piratas com os mesmos pontos, nada de especial considerando que abaixo deles ficaram os actuais Titans, Intruders, "Xplosiv", X-Team, Triball etc...

Episódio engraçado é que ambas equipas (Piratas e Evion) pediram para arbitrar na última prova na esperança de resolverem o campeonato com os pontos de arbitragem (uma praga que assola algumas vezes os campeonatos) e na altura tomei a decisão de por ambas no mesmo campo, para o primeiro posto não ser decidido por um pormenor técnico a arbitrar e na última prova.

No ano a seguir (2004/2005) subiram de escalão para 5 man Amador assim como muitos dos seus rivais, e voltaram a tropeçar um pouco apanhando apenas o terceiro posto no final da temporada, com Intruders em primeiro e Piratas em segundo e nada mais nada menos com muitas das equipas acima mencionadas atrás deles.

No seu final ano (2005/2006) de competição subiram mais uma vez de escalão e mudaram de formato para 7 man Amador. Como alguns de nós sabemos mudar de 5 man para 7 man não é fácil, é um parto com muitas dores. Eles não sobreviveram ao deles tiveram uma temporada dificil numa época que o escalão de 7 man ficou livre de muitos sandbaggers e mesmo assim apenas colheram uma ida às finais para ficar em quarto e um tímido sétimo lugar no final da temporada. Grande parte das equipas atrás deles no passado ultrapassou a qualidade do colectivo que não se aguentou e desapareceu.

É uma pena, com duas provas organizadas em Alcacér do Sal para os regionais lisboetas e muita vontade para possivelmente serem um dos principais focos de paintball alentejano, já cá não andam... Fica um bem haja a boa gente.

Jaime Menino

20 May 2009

RENEGADOS - A Ameaça Fantasma



Estou num plágio total ao escrever no titulo deste post. Mas além do plágio de titulo quero também já deixar bastante claro que este blog é pessoal, logo os temas dos posts são de minha responsabilidade e autoria. Com isto vou passar ao tema.

A Ameaça Fantasma nos Renegados é o episódio que começou por trazer o seu fim, sim porque os Renegados de 2001 a 2004 eram algo que não existe em lado nenhum agora, inclusivé nos restos dos Renegados que se possam intitular Núcleo Duro.

Em 2001 os Renegados faziam regularmente big-games recreativos, com uma frequência bimensal. Eu comecei a ir a jogos de 30 ou 40 pessoas e vi a florescer para os 80 a 100 por evento. Eram jogos como não há hoje em dia, onde toda a gente se divertia e se tentava integrar bem e ao máximo quem era novo e quem só tinha até vindo dar uns tiros.

O chamado Núcleo Duro da altura era: Jorge Faca, Filipe Marques, Paulo Delgado, JP. Abaixo na hierarquia havia com contributos bastantes válidos: Nuno Pombinho, Pedro Silva, Pedro Reis.

Os jogos eram fornecidos mais ou menos à vez por uma das lojas de Lisboa, sendo a Ponto de Mira a mais interessada em promover o grupo e os seus jogos. Esta ligação foi algo positivo que trazia o mal que sempre que a Estratego fornecia "tudo corria mal" de acordo as criticas antes, durante e após os jogos que se lia no fórum. É por acaso engraçado que alguns desses críticos exacerbados da Estratego foram todos "lá" parar nos seus últimos anos nesta modalidade (Hipocrisia!? Ela existe nestes excelentes egos que temos no Paintball? Não posso crer!!!).

Mas a existência do fórum dos Renegados também trazia muita diversão e componentes aos big-games, que não eram só um convívio. Eram um verdadeiro encontro das mentes e vontades do pessoal Lisboeta para ir jogar e largar a sua dose de adrenalina num qualquer local, fosse um campo "urbano" fosse um matagal.

É engraçado agora anos mais tarde rever e analisar o que correu mal a meu ver:

1º Aceitar de forma aberta algumas pessoas e não aceitar outras no Núcleo Duro - Isto foi super prejudicial a exclusão de pessoal interessado em contribuir e a aceitação de braços abertos de outros. Deu a entender que alguns eram personas non gratas no núcleo e afastou muita gente que poderia ter dado um contributo válido para uma comunidade.

2º Criar o R-Team, foi inovador e giro mas desviou do principal objectivo com frutos do grupo. Se o pessoal quisesse jogar competição com que moldes fosse tinha aderido mais às duas edições das Triades, seria escusado criar mais um molde competitivo que acabou por abraçar os que menos contribuíram para a existência do grupo até aquele momento.

3º Não definirem o grupo abertamente, mesmo que fosse de uma forma "ilegal". Não era um clube, não era uma associação, não era uma empresa, mas afinal o que era? Isto abriu a porta aos pseudo moralistas "tipo maçónicos" (engraçado é que alguns deles queriam era mesmo era fazer dinheiro, mas isso não se refere tanto agora), de formar e recolher união com base em inveja, exclusão do núcleo duro, e exclusão geográfica dos excelentes big-games.

4º O Núcleo duro não se manter fresco e dinâmico na criação de jogos BIG-GAMES à volta de Lisboa (não mais, muito pelo contrário, como havia menos e bons).

Isto são os motivos os quais acho que trouxeram os Renegados para os momentos menos bons que vivem agora.
Mas como não gosto de apontar apenas o dedo, deixo aqui as soluções que vejo. Cada vez mais se observa nos fóruns o reaparecimento de pessoal recreativo para jogar em Lisboa, vê-se pela quantidade grande de jogos combinados, e continuamos sem os Big-Games em Lisboa como havia. Há campos, há pessoas, certamente há vontade, e com algum jeito interessados.

1º Reorganizar o Núcleo Duro puxar os galões e trazer algum do pessoal original para organizar quatro (por exemplo de três em três meses) BIG GAMES anuais em Lisboa.

2º Mandar a R-Team à fava enquanto organizado pelos Renegados - lamento mas acho que isto não pega, as equipas tem zero continuidade e existência para contribuírem para a saúde do grupo e não é a porta de entrada (para o Paintball) que os BigGames eram e são.

3º Renascer o espírito dos Renegados e no conceito da palavra, aqueles que se juntam para jogar, com algumas regras mas poucas. Aqui sim uma verdadeira seita ao género do Fight Club criada sem ser por rancor, inveja ou ganância.

4º Criar jogos, como antes, com pés e cabeça e que envolvam todos, mas no final não seja muito relevante afinal quem ganhou ou fez o que. Com a presença e utilidade do apoio de alguns como a que existia no passado. Quem não se recorda do João Loureiro um autêntico RP que era o óleo na engrenagem.

As pessoas certamente agora mais do que nunca estão livres para gastar quatro sábados ou domingos por ano, existem jogadores, até existem mais e maiores campos (comerciais) vazios ao fim de semana se for caso de se usar. Basta existir vontade! O Paintball ficou mais barato graças à pedra que puseram a rolar e se tornou na avalanche. É uma real pena tanta gente ter desaparecido agora que ficou bem melhor.

Jaime Menino
Renegado

18 May 2009

Projectos e Uniões - MS Paris 2005


Na senda de provas de Paris, já que a de 2004 foi a pior prova do Millennium Series e para não pensarem que sou apenas um critico do MS.
Na temporada seguinte em 2005, foi provavelmente a melhor prova de Paris senão de um MS. Foi a prova com maior exposição mediática. Até a sua localização foi a melhor até ao momento, mesmo junto à Disney Village ao pé da entrada do parque da Disney em vez de ser no parque de estacionamento mais distante que foi usado nas seguintes edições da prova.
Foi a primeira prova com o turf, o real não a carpete. E para quem não sabe ainda, fica a dica - As provas do Millennium Series que mais se deve ir são as "arranjadas" pelo Laurent Hammet, e Paris é uma delas. A qualidade e atenção aos detalhes é excelente em comparação com outras provas que às vezes parecem uns autênticos desterros criados para cumprir calendário.

Mas vamos ao tema principal deste post. Projectos e Uniões:
União - Do contingente nacional foi espectacular. Com várias equipas inscritas na prova em Div 1, 2 e 3 (7man), tivemos uma casa cheia de nacionais. Fomos os Trolls, em Div 1, Paintoon em Div 2, Kult, Fireballs e Pintabolas. Nas finais de div 2 (com Paintoon a jogar), o contingente português à rede encabeçado pelos Kult, dominou com todos os truques do livro, aquele escrito pelos suecos e outros nórdicos. Sim porque eles não cantavam nas bancadas porque estavam contentes e bêbados, mas sim para transmitir informações para campo. O mesmo como os Franceses que só faltaram usar pombos correio e sinais de fumo para dar informações para dentro de campo.
Provavelmente foi a prova com mais impacto e orgulho nacional no meio do paintball, sobretudo pela união e apoio fora das redes.

Projecto - Era na altura o auge do projecto Paintoon, parte do caminho para se sagrarem campeões de Div2 do MS. Como um clube de qualquer outro desporto, no fim da temporada nacional de 2003/2004, os Paintoon planearam melhorar a sua performance nacional e mesmo internacional e foram buscar em bloco ao melhor colectivo nacional os melhores jogadores. Os auto apelidados cinco de Paris, ficando para trás os que não eram do mesmo seio de confiança, experiência e nível de jogo. Nos Paintoon houve uma reviravolta de jogadores com o excesso a ser inicialmente distribuído para um segundo projecto os Paintoon "Entertainers" (nome parodiado). O núcleo principal tornava-se assim a primeira equipa semi-profissional Portuguesa, os segundos os restos... Na prova de Paris, há algo que nunca vou esquecer, no pódio o Humberto foi o verdadeiro maestro de cerimónia. Mais uma vez penso que há um dvd da prova onde isso aparece. Mas deixo uma foto...


BTW, nós Trolls não fizemos nada de jeito, mas não era de estranhar, as nossas performances internacionais e preparação de jogo ficavam sempre ao lado do que uma equipa tem que ser, com muitos acontecimentos paralelos a distraírem do objectivo principal.

Jaime Menino

P.S. Já abri a porta ao fenómeno dos Kult, mas isso é outro post...

14 May 2009

Arbitragem Profissional - MS Paris 2004


Poucos, ou apenas alguns sabem como e quando me lancei a arbitrar semi-profissionalmente. "Semi" sim porque não estamos a falar de rios de dinheiro. Foi uma forma de financiar a minha actividade neste desporto e até mais e uma excelente maneira de viajar e conhecer pessoas novas.


A minha vontade de contribuir nasceu em 2003 quando participei na minha primeira prova do MS, o MegaCampeonato em Lisboa, a última prova do Millennium Series em Portugal. Na altura achei que o trabalho prestado pelas equipas que arbitraram era bastante ineficaz em alguns aspectos, mas achei que um dos principais representantes ou comissário do MS era uma pessoal prestável educada e com boas ambições para o nosso desporto. Nas equipas que arbitravam por pontos via-se claramente que era um frete que tinha sido imposto. No Megacampeonato 2003 no campo principal arbitraram os, salvo erro, Takeover, uma equipa Finlandesa que até fez um trabalho moderado, mas por outro lado no campo da draxxus/x-ball, arbitraram os TonTon Acyd que até durante os jogos se penduravam no gradeamento a relaxar e a fumar droga. Noutra prova conforme contaram os Dynasty abitraram uma etapa do MS, sentadinhos em cadeiras. Em suma o trabalho de arbitragem era simplesmente uma obrigação cuja performance em campo nada reflectia na pontuação obtida no ranking. Regra geral apenas duas equipas recebiam louros na Europa por arbitrarem e bem: Os Joy Division, e os Russian Legion.

Em 2004 foi uma época de muitas mudanças no MS, a começar por apontar oficialmente um único comissário do MS (antigamente tinha vários responsáveis em prova, pelo menos era o que se percebia) para lidar com o departamento de arbitragem, Steve Morris, um americano que vive na Suécia, super parcial para as equipas desse país e para qualquer americano que viesse ao MS, os primeiros favorecia por defeito claramente sem querer, os outros perseguia por batoteiros.

Nessa temporada o board do MS e as principais equipas profissionais europeias, viraram-se para a NXL em forma de ligação com a criação da EXL, uma liga de X-ball Europeia, à semelhança da liga Americana, composta por oito equipas de topo que jogavam o formato puro de X-ball: Russian Legion, Joy Division, Tontons, London Tyger, Nexus, Shockwave, Ignition, Ugly Ducklings. Na EXL usou-se o sistema de finais todas as provas, na NXL tal sistema de finais em todas as provas só foi adoptado em 2006, até 2005 não havia finais nas provas, sem ser no World Cup, todas as equipas jogavam para cumprir "jornadas".

Com a criação da EXL com um forte suporte monetário da Draxxus (conta-se que o PCO é que sacou o cheque ao Richmond Italia para o formato dele ser instalado na Europa), o Steve Morris, visto não termos na Europa algo semelhante à P.R.O. Americana (um conjunto de árbitros profissionais nos EUA), anunciou a recruta de árbitros na Europa no fórum do P8ntballer, facto curioso é que também os Russian Legion tinham anunciado a recruta nos fóruns de jogadores, anúncio que respondi (o de arbitrar), pois achava que poderia dar um contributo válido para a construção do MS como um circuito Europeu de desporto de qualidade.

Após alguns e-mails, e pelo que sei uma verificação de credenciais junto do PCO pelo Steve Morris, fiquei de viagem marcada (paga do meu bolso) para Paris, para a primeira prova do Camp Masters como prova do MS, de X-ball e 7 man, na parte de batatal junto do parque de estacionamento que tem sido mais vezes utilizado para se fazer as provas de Paris. O ordenado na altura era de 100€ por dia, mais viagem com valor aproximado de 300€, hotel, almoço, despesas de transporte. Era bom e não tive de torcer o braço a ninguém para o obter... Tinha apenas o inconveniente de ter de pagar sempre a viagem à cabeça. Recebia o valor em contra entrega do recibo de viagem...

Fui para Paris, só tendo visto o Steve Morris uma vez à frente, e com a indicação de como ir do Aeroporto para a EuroDisney, que se diga que todas as provas que fui arbitrar foram uma aventura as viagens sobretudo entre os aeroportos e os locais de prova/hotel. Sobretudo porque ia sozinho, sem conhecer os locais.

Cheguei a Orly em Paris, apanhei o autocarro da Disney conforme me tinha indicado por e-mail o Steve Morris, saí no hotel de Newport, o mais próximo do local da prova e fui a pé com a minha mala da Planet de rodinhas, até à vila de Val d'Europe onde era o nosso hotel. Uma horita a pé debaixo de chuva molha parvos durante a qual perdi a conta às vezes que troquei de braço que puxava a mala, mas foram muitas. Agora recentemente fui ver no GoogleEarth que são cerca de 2,5 km que fiz debaixo da chuva a arrastar a mala.

Cheguei ao hotel e encontrei o Steve Morris na recepção, apresentei-me e após uma curta conversa fui colocar a maldita mala no quarto e fomos para o campo para as reuniões de árbitros e capitães.

Quando cheguei ao campo tive a maior desilusão com uma prova e eu nem ia jogar ia só arbitrar. O campo era um autêntico lamaçal, com erva por cortar, valas, vidros e pedras. As equipas da EXL, as poucas que se fizeram representar na reunião ameaçaram não jogar na prova, uma reclamação válida mas respondida com a promessa de qualidade que se verificou nas três provas seguintes de EXL. O falhanço ali era claro e tinha sido do organizador "local" não tinha o sitio preparado como outras provas.

Nessa temporada o MS teve oito provas, quatro de X-ball, e quatro de 7 Man. Alemanhã, Paris, Amesterdão, Toulouse, Noruega, Madrid, Londres, Malaga. Paris, Amesterdão, Noruega, Londres tiveram EXL, Open X-ball e Div 1 para baixo de 7 man , as outras quatro tiveram divisão Pro de 7 man, e pelo menos Malaga chegou a contar para o ranking da NPPL que nesse ano fechava no escalão PRO.

Partimos então para a primeira prova da European X-ball League. Foi fenomenal, pelo menos para alguns. Toda a arbitragem em campo da EXL, e todos os chefes de árbitros de todos os campos, pela primeira vez no MS eram contratados, não eram de equipas, e estavam a prestar serviço em troca de dinheiro. Uma profissão por assim dizer. Era super interessante no final do dia trocar histórias de penalizações e acontecimentos ao jantar onde às vezes trocavamos impressões de hematomas, como é óbvio os mais velhos ganham sempre com os brutos derrames, é um concurso que desaconselho a toda a gente (lol).
Os jogos foram aparentemente calmos com os destaques como os Russian Legion a se mostrarem como uma verdadeira legião de Paintball, os Nexus a mostrarem que a máquina publicitária que o Robbo tinha montado não era suficiente para produzir resultados em campo, os Joy Division e os seus "biónicos" atletas mataram-se fisicamente naquele campo lastimoso, os TonTons foram bonusbollados até à morte pelos Joy Division com tinta Hellfire pois o seu patrocinio da Tomahawk na altura era só para a figura, não saiam duas bolas inteiras seguidas do cano. As restantes equipas estavam só lá para fazer número aos oito e mesmo os Nexus, como antes disse só se safavam pela máquina publicitária.

Enfim, existe um DVD da prova, penso que a Estratego/JCT ainda tenha algumas cópias para venda, se quiserem ver deve ser provavelmente interessante. Nem que seja pelo contigente nacional a gritar pelos russos na final e a gritar para eu saltar!!! Que vergonha passei e sem ninguém de outra nação sequer compreender que o contigente nacional estava para ali a gritar...

Foi a minha primeira prova a arbitrar internacionalmente, lembro-me de muitas mais coisas em termos de jogos e "politica", mas fica para outro post, assim como as outras provas.

Destaques especiais, nesta prova conheci o Egi (DYE) e foi por esta altura que adquiri um par de olhos e board para a minha matrix. Lembro-me de estar à conversa com o Miguel Ferreira, Tiago Peixoto, partilhavamos interesse no tema matrix (marcador). E no final da prova apanhar os Metralhas a se aproveitarem dos descontos na cerveja no bar da prova.

Foto - Tirada pelo Ricardo Campo nas finais entre os Joy Division e os Russian Legion.
Jaime Menino

11 May 2009

GESPOS


Se todos os "novos" fossem assim!

Hoje vou relatar o para mim mais espectacular momento da nossa história de Paintball. O aparecimento e existência dos GESPOS.

O primeiro contacto comunitário foi um post nas "noticias" do fórum a referenciar como o Geraldo Ferreira (actualmente XXL), tinha ganho uma prova de 1 para 1 lá para terras nortenhas ou galegas.
Foi fenomenal, um verdadeiro relato ao estilo do "Angelous", e sobretudo pelo conto de epopeia que os seus colegas de equipa relataram mais tarde numa autêntica flame wars.

(Post Noticia) http://paintball.com.pt/forum/topic.asp?TOPIC_ID=5689

(Flame War em reflexão dos temas nas noticias, no qual vários Gespos responderam) http://www.paintball.com.pt/forum/topic.asp?TOPIC_ID=5704

O resultado disto, foi os Gespos entrarem na LPP pela porta de cima, no escalão PRO. Para mostrar que tinham "bagagem" para a conversa, só não tinham era o jogo e mesmo assim ganharam aos Bunkerkids na sua primeira prova da LPP.
Fizeram um ano como Gespos e no ano seguinte mudaram o nome para Freaks.

Nesse mesmo ano do seu aparecimento, 2006, organizaram o espectacular Open Norte.
http://www.paintball.com.pt/forum/topic.asp?TOPIC_ID=7669

A meu ver a melhor prova independente e de torneio único em Portugal até ao momento por tantos aspectos. Sobretudo pela vontade que estes elementos novos da cena nacional estavam a mostrar e a trazer para toda a comunidade.
Adorava que mais equipas ou mesmo individuos tivessem a mesma postura. A de organizar torneios individuais com bons prémios e condições para se jogar. O campo nem era relvado ou com carpetes, era um areal/pelado. A logistica era Emboscada. E a bola a ranhosa Psycho aqua ou porno (aka água). A prova teve cinco equipas, e por acaso ganhou a equipa com que fui (Lisbon Killers). Arbitraram os Gespos. Fenomenal, condições iguais para todas equipas e uma boa diversão junto à praia da Aguaçadoura.

Deixo um video da primeira vez que encontrei os Gespos como adversários em campo, na sua primeira prova da LPP, no jogo em que eles defrontam os Trolls. --> http://www.youtube.com/watch?v=8dabFYzYR0g

Pena que não haja mais equipas e pessoas com vontade e iniciativa como eles tiveram. Criticos mordazes é que temos em excesso...

08 May 2009

Relatos Internacionais - MS Marselha 2006


Como normal da natureza humana acho que nunca é tarde demais lembrar dos momentos em que fui mais "maltratado" numa prova como cliente, são sempre os pormenores negativos os episódios que mais marcam a nossa memória. Por isso hoje escrevo um pouco sobre o brilho do Millennium Series (MS), mas também relato parte do menos bom que o circuito contém. Nem tudo são rosas, e como já várias vezes escrevi e digo, os pontos positivos do MS são cada vez mais as equipas que o compõe e não a empresa em si...

Recordo bem esta prova de Marselha, por vários motivos positivos, mas saudosamente porque foi a última vez que joguei com os Trolls uma prova do MS, e foi técnicamente a última vez que paguei a minha parte da inscrição directamente do meu bolso. Eram e são valores reais para se poder afirmar bem que "eu pago", 1200/1500€ por prova. Hoje em dia um argumento muitas vezes gritado sem grande noção do que se esgrima às vezes em discussões, porque se sofreu um cumprimento das regras simples...

Mas tudo começa por compreender o que é o MS:
O MS é uma empresa cujo objectivo é fornecer torneios na Europa e obter lucro. A sua qualidade no departamento de relações humanas e públicas cai a pique desde 2005. Na minha opinião a época de 2004 foi quase a melhor temporada do MS sobretudo porque foi a temporada onde foram oferecidas mais provas, em mais locais. Pena ter sido também o ano em que deixou de existir o Megacampeonato e foi substituido pelo Iberian Cup.
De forma alguma culpo o "board" pelas más Relações públicas, porque no máximo são culpados de seguir o objectivo comercial de uma empresa e contratarem quem os represente menos bem. A culpa cai toda sobre o mesmo capítulo: As relações públicas em prova, especificamente na arbitragem. O cumprimento das regras, e o atendimento diferenciado aos "clientes".

Marselha 2006, foi a primeira prova dessa temporada, o formato jogado em CPL era estreado no MS e era a última temporada de DIV 1 aberta e em 7 man, antes de se fechar como SPL. Nos Trolls não tinhamos ambição de atingir nenhum patamar especifico de época mas nas temporadas anteriores, já desde 2004, andavamos por DIV 1 e não tendo atingido nenhum lugar ou mesmo finais chegamos a assustar e ganhar jogos a muitas equipas de destaque. Foi o caso da última prova de 2005 em Madrid, onde fomos a única equipa que derrotou os Vision nessa prova, campeões dessa divisão em grande parte das provas e nessa temporada.
Chegamos a Marselha, e ligamos os modos permitidos nos marcadores, excepto eu que deixei o modo semi, para não arriscar nenhum assédio desncessário ao marcador.
Preparamo-nos mediamente bem para jogar, e fomos enfrentar uma das grandes equipas de Div 1 na altura, os belgas Blackout que tinham na sua equipa o Nick Trutter. (Ver video)


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Após o jogo, levamos com uma suspensão ao António Santos por marcador ilegal, o jogador que pouco ou nada participou no jogo e foi quase logo eliminado. Um árbitro de campo conseguiu com os seus dedos e opinião afirmar que o marcador entrava em ramping às 5 bps em vez das 7,5 bps de acordo com as regras permitidas, expulsando sem hipótese de apelo.
Encaramos a situação na altura com naturalidade. Secalhar a placa do marcador tinha-se passado, secalhar estava mal programado, secalhar tinhamos tido azar.
Nem nos queixamos, seguimos em frente. Lá rapidamente colocamos o Diogão no nosso roster e fomos para os jogos seguintes, adaptando jogo a jogo, a táctica e a simples colocação dos jogadores.

No entanto sabiamos que iamos regressar ao campo onde o Tó Santos tinha sido expulso, e também tinhamos ouvido que vários jogadores apenas e exclusivamente naquele campo, tinham sido apanhados "estranhamente" com o marcador ilegal.
Então planeamos pedir para testarem todos os marcadores antes do jogo e receber o ok para confirmar que estavam legais.
Fomos jogar contra os Ugly Ducklings e demos 100 a 0. Foi fenomenal, o espancamento que demos. Sem grande hipotese para os "patos"... No final do jogo vemos um árbitro (o mesmo que apanhou o marcador do Tó santos) a ir atrás do Pedro Botelho agarrar o marcador da mão dele, e declarar que o mesmo se encontrava ilegal. Aqui o caldo entornou...
Pedi ao chefe de campo que levasse o marcador, mais o árbitro que o considerou ilegal, ao árbitro da entrada do campo. Pois o chefe de campo desresponsabilizou-se de testar ou sequer ver os marcadores. Para grande espanto, a opinião de ambos árbitros "que testavam os marcadores" divergia... Isto feito à frente de vários espectadores de outras equipas punidas como a nossa anteriormente, com o Ulrich Stahr o suposto comissário ou responsável dos árbitros e arbitragem. Era escabroso e a solução foi NADA, excepto o Botelho que não foi expulso e o resultado do jogo não foi adulterado.

Vários jogadores expulsos da mesma forma, várias equipas prejudicadas. Um chefe de campo (Jabba, UK) a atirar a responsabilidade para o árbitro dos marcadores em campo (Fight club, Alemão), e um comissário a falar em alemão com o árbitro para que mais ninguém compreende-se.

No minimo devia se ter removido o tal árbitro da tarefa e feito um pedido de desculpas. Nada disso aconteceu.

Como este relato eu tenho mais de 2005 e até mesmo 2007 que também irei aos poucos contar.

Conclusão ou moral, avaliem bem o brilho que dão a determinados torneios. Saibam falar e se defenderem, em todo este episódio fomos educados e inteligentes nunca recorremos a baixo nível ou insultos.

Se quiserem e tiverem um episódio para relatar num torneio coloquem nos comentários, desde que não seja algo que não seja comprovado e nada de teorias de conspiração ou ouvir dizer sff...

E que situação bizarra é esta do MS não ter regras desde 2006, e não fazer cumprir as que tem no site?

Jaime Menino

06 May 2009

FLOPS Trolls

Hoje faço um post com uma pérola de video.

Um clip feito pelo Pedro Reis (Trolls), dos vários que ele fez, mas com um ambiente e atmosfera menos séria que outros.

Tive de colocar este video no Vimeo, porque infelizmente a música escolhida é cortada no Youtube por causa dos direitos de autor...

Jaime Menino

05 May 2009

TREINO, TREINO, TREINO.


Não querendo ser um total dinossauro nos temas do Blog, acho que mais uma vez tenho que o ser. O tema de hoje é treino, campos de treino, especificamente os que eu conheci... Isto porque este fim de semana tive uma conversa em que me fez recordar das primeiras vezes que fui a treinos de equipas.

Mal adquirimos material próprio de paintball (eu e o meu irmão) recebemos automáticamente convites para treinar, pelo David Constant nos Templários e pelo José Santos nos Trolls, o primeiro estava a treinar a equipa o segundo a construir uma. Para nós era fantástico pois envolvia jogar mais paintball além dos jogos dos Renegados praticamente bimensais.

O primeiro campo de treino que conheci foi o campo em Manique. E quem o conheceu e conhece os campos de treino de hoje, pode neste momento sentir um orgulho nostálgico e cómico do que se sujeitou para jogar paintball.

Manique era um terreno grande perto de Tires e onde se chegava a ouvir bem o autódromo do Estoril, em que a sua área principal de competição era em acentuado declive, cheio de pedras com conjuntos de paletes e rede a fazer de obstáculos, e muitas vezes tinha autênticas invasões de ovelhas e cabras a pastar. Fora este campo, também existia um "monte" de silvas e uma outra pequena área para onde costumei ir, muitas vezes, com dois obstáculos treinar snap entre dois jogadores enquanto o resto olhava e esperava a sua vez de treinar.

Recordo-me bem de: Jogar num mix de jogadores com Paintoon e outros, e me enviarem de arranque para os "50" do campo a dizerem que eu era o coelho. Entrar para campo sem tinta às costas só para poder dar mais uns tiros. Ficar durante a "hora de almoço" mais o meu irmão a jogar contra o David Constant e "namorada", ponto após ponto, a planearmos táticas de enfrentar um verdadeiro mestre do jogo, que apenas perdeu uma vez um para um contra o meu irmão, e de forma inspiradora e modesta o veio felicitar pela excelente pontaria.

Enfim nós gostavamos era de jogar paintball e não ser uns autênticos criticos de gastronomia, como se a nossa atribuição de estrelas para o restaurante tivesse importância. Até porque exigiamos era o que compravamos fosse bom, a bola. Não havia cá olhos nos marcadores ou baixa pressão e se a bola não fosse boa para rebentar no adversário e não no marcador, aí sim o caldo estava entornado.

Todos os outros campos não diferiam tanto do nivel de qualidade de Manique, ou seja basicamente treinava-se como se podia e com vontade.

Após o encerramente deste espaço, ainda treinei umas quantas vezes na Tala, perto de Belas, um ermo onde chegou a ser combinado pela PM um treino entre várias equipas, e montaram um airball. Mas muitas vezes nos Trolls pediamos uns 2/4 insuflaveis à PM, e iamos treinar para qualquer local. Chegamos a montar um "campo" na parte de cima do Onda Parque com partes das rampas desmontadas, para podermos treinar...

Mais tarde surgiu o campo do Penteado, localidade perto do Montijo, e este campo foi sem dúvida o motor de expansão de muitas formações e contacto de jogadores. Foi criado por elementos dos Lusos e TNT, num breve momento em que não se conseguia distinguir quem era de cada equipa. A área dava praticamente para montar três campos de Airball. O local acolheu um Open do Penteado infelizmente com pouca afluência, um Open de Lisboa (o original), e uma Copa Ibérica, não me recordo se chegou a acolher alguma prova regional depois... Tinha como suporte o Clube do Penteado, cuja principal actividade era hoquei, mas nós enchiamos a casa praticamente todos os fim de semanas, nem que fosse para a seguir ao treino comer umas bifanas. O campo já tinha casa de banho, mas por estranho que isso fosse senão tivesse ia dar ao mesmo, nós queriamos era treinar e não avaliar para onde se faziam as necessidades. E várias vezes no final do dia tinhamos de ir limpar o muro do quintal das vivendas do lado que tinham apanhado um tiro ou dois.

O último ano da sua existência o campo foi mantido pelos Psycho e pelos Trolls, mas ambos fartamo-nos das exigências do clube e fechamos a porta. No caso dos Trolls partindo para o Megacampo. Infelizmente uma superficie de jogo pior que o Penteado com terra arenosa, declive inclinado (ainda nos dias de hoje), mas sem o trabalho de ter de abrir e fechar redes, ou ir buscar o compressor à cave do clube do Penteado.

Mas o Penteado foi o local que elevou e mostrou que se os jogadores/equipas sem suporte financeiro das lojas conseguiam criar um local de treino, então as lojas tinham a obrigação de criar os seus e os melhorarem para manter os clientes fiéis. E ajudou muitos outros a desenvolverem projectos semelhantes e campos de treino. Infelizmente hoje é pena mas não posso escrever sobre nenhum local que seja partilhado por várias equipas sem ligação comercial como o Penteado foi.

Hoje parece que voltei quase às origens geográficas, e treino em Alcabideche, que tenta se igualar aos outros campos todos (felizmente não me interessa quem colocou a fonte dourada primeiro), numa corrida de campos, em que os jogadores escolhem lado para defesa e argumentos nos fóruns, como se isso fosse produtivo. Eu sempre preferi, e prefiro muito mais treinar, melhorar, e tentar até treinar com equipas que não se costuma treinar (algo que faziamos no Penteado). Tinhamos contracto de compra com um fornecedor mas num ano treinamos com todas as equipas PRO de Lisboa e que interessavam, de todas ligações comerciais no Penteado.

Sei que há muitos mais campos que posso falar, como Pinhal Novo, ou Fernão Ferro que certamente marcou muitos jogadores de Lisboa. Mas deixo isso para os comentários e para as vossas notas que queiram acrescentar. Assim como deve haver muita história e campo fora de Lisboa...


Fica o desafio de hoje: Em que campo de treino se iniciaram, e que campo mais vos marcou e porquê?


Jaime Menino


P.S. Fica aqui um post sobre o Penteado - http://www.renegados.com/rforum/archive/index.php/t-704.html