Arbitragem Profissional - Pittsburgh 2005

Mais um capítulo que foi esta aventura em 2005, com muitas mudanças radicais em comparação à temporada de 2004.

Em resumo da temporada de 2004 na PSP, após o World Cup em 2004, recebi um convite para voltar ou ir mesmo para os E.U.A. e ficar por lá para também arbitrar. Na altura não liguei a muito, já tinha cumprido uma das minhas metas de ir a um World Cup e não acreditava muito nas promessas de como aquela fórmula ia levar o paintball para o mainstream.

Cá pela Europa no Millennium Series o falhanço do X-Ball como formato das massas e a existência de algumas criticas ao MS causaram que o Steve Morris levasse a machada do seu lugar como Ref Coordinator e Comissário da EXL. Foi o bode expiatório de tudo que tivesse corrido mal no MS. Engraçado é que as suas responsabilidades foram bem organizadas e bem trabalhadas. Também é irónico ver que quem lá está agora é bastante menos eficaz no que o Steve Morris fazia...
Sobretudo no MS foram uns simpáticos e deixaram o Steve Morris trabalhar como árbitro para o Millennium em 2005 até o despedirem em Madrid (no primeiro dia da última prova da temporada), quando somado ao seu mau trabalho como árbitro (sim nesse aspecto ninguém dizia o contrário, o Steve Morris dentro de um campo era péssimo só servia para no final do dia se contar umas histórias de como ele foi regado porque mais uma vez se meteu onde não devia), souberam que ele estava a organizar uma prova de x-ball em Malaga sem autorização dos "senhores feudais" do Millennium, o pior para ele é que ainda por cima foi num ano em que o MS tentou se reconnectar com a NPPL (7 man).

Recebi convite para voltar ao MS em 2005 arbitrar mas tive de recusar porque queria apostar em jogar nessa temporada, não ia arbitrar de vez em quando e jogar no MS...

Mas ficou no ar a hipótese de fornecer árbitros Portugueses para o MS e construir a rede euro-ref em Portugal. Nessa temporada a ida de árbitros nacionais ao MS foi sempre adiado pelo Ulrich até à prova mais barata para lá ter árbitros portugueses (Madrid), isto no suposto programa rede euro-ref. Basicamente a Madrid foram arbitrar salvo erro quatro portugueses, Gil, Anjix, Esteves, Barranhas, não sei senão houve mais um o Domingos Szabo. Daqui dá-se a continuidade dos euro-refs portugueses semi-profissionais.

Mas voltando ao inicio da temporada de 2005, a primeira prova do MS para mim foi Holanda (a primeira foi na Alemanha como já era hábito). Em 2004 tinha arbitrado e já conhecia os cantos à casa, foi possivelmente a melhor prova que tivemos em termos de ambiente e era a primeira ida dos Trolls ao estrangeiro de avião. Em termos de resultado e história da prova fica para outro post...

No começo da temporada da PSP tentei a todo custo ir a LA, a primeira prova. Ainda bem que não fui porque foi uma daquelas provas que choveu do primeiro ao último momento, com jogos sobre as luzes. Infelizmente não havia verba para o "estrangeiro" ir, todos os restantes árbitros da NXL eram da costa este dos E.U.A. e só para eles já era um gasto extra considerável. Na altura avisaram-me logo que só quando houvesse verba e fossem provas mais perto da costa este. Infelizmente Orlando e Chicago não consegui programar e não tinha tempo, mas preparei tudo a tempo da quarta prova em Pittsburgh e da quinta prova do World Cup.
Como sempre com bilhete pago e tudo preparado lá me fiz a caminho de mais uma prova da NXL.

Desta vez o NEO (North East Open) era em Pittsburgh perto de Philadelphia, a distância ao aeroporto bem melhor do que no ano anterior, assim como o hotel em vez das barracas do NEO em 2004. O local da prova foi nuns campos de futebol (soccer) de umas escolinhas para miudos. Foi sem dúvida uma prova das mais fracas que já vi nos EUA em termos de equipas e até stands, no entanto continuava a ultrapassar qualquer prova europeia nos seus números. Era a primeira vez que via os dominantes russos desde a sua entrada na NXL, onde estavam a dominar contra todos os seus adversários e sempre com uma grande margem de pontos. Mas não deixava de ser engraçado ver os habituais "bloodbaths" entre velhos rivais...
(yup, sou eu no chão)
No terceiro dia de prova ficou combinado jogar-se um jogo extra no final da tarde, entre os árbitros da NXL e os árbitros Open, com jogadores da NXL a arbitrar. Pedimos marcadores e tinta aos Pro's e tivemos tudo. Com Aftershock e os rapazes do Bob Long a arbitrar. O Bob Long era o nosso coach, a Bea Youngs coach dos árbitros Open, o Zach Long no microfone e scoreboard, e o staff russo nas bancadas a tirar notas (estão sempre a tirar notas). Que se diga que foi o paintball com mais batota que vi e joguei na minha vida, mas com muita diversão. Os árbitros estavam em tronco nu, flipflops e potes com cerveja, o Ron Nelson dos Oakland Assassins estava com o radar (o que muitas penalizações de fps lhe dava) mais numa onda de tentar perceber o funcionamento da máquina, irónicamente a testar muitos dos marcadores da sua equipa nas nossas mãos e a registar muitas armas ilegais. Os árbitros limparam-nos tiros até mais não (tomara, lol), até full faces. Voltavam a colocar mortos em campo. Os nossos marcadores estavam quase todos com batotas (+ de 15 bps), cheguei a disparar uma timmy a 30 bps, e foi giro. Enfim deu para descarregar de uma prova de Agosto muito quente e quase sem humidade no ar. Foi possivelmente a primeira vez que me senti mesmo exausto de um dia com tanto exercício, ao fim de três dias a arbitrar já em cima das costas. Também foi fenomenal ser direcionado pelo Bob Long em campo.
No quarto e final dia da prova, sendo o final do campeonato regulamentar da liga NXL, o campo ao lado de Open tinha bastante mais atenções com a final entre os Dynasty e os XSV, até porque foi a primeira vez que os XSV ganharam uma prova de X-ball aos Dynasty, depois da primeira vitória dos XSV aos Dynasty na prova anterior da NPPL (vejam o final do filme Heroes for a Day). Foi o segundo ano que os Dynasty perderam a quarta prova da PSP no formato de x-ball.
Na NXL os russos ganharam a sua divisão (costa leste) e a taça do comissário e partiram como favoritos para o World Cup. Os Oakland Assassins ganharam a divisão da costa oeste, devido aos russos terem ganho um jogo contra os Baltimore Trauma nessa quarta prova.

A seguir a esta prova, veio mais um World Cup em Orlando.

Jaime Menino