11 September 2009

CULTURA DO DEIXA ESTAR



Hoje é um post complicado. É um ensaio sobre a maioria dos paintballers portugueses, com uma lista de questões para reflexão.

Vamos recapitular os factos que levaram ao meu desenvolvimento pessoal nesta modalidade, para talvez compreenderem-me melhor os que possam ainda não compreender...

Comecei a jogar competição em 2001 na temporada de 01/02, na altura havia o CircuitoZAP com oito provas anuais onde todas as equipas jogavam sete pois um dos resultados era deitado fora no final (em resumo demasiadas provas). Era organizado pelas principais empresas nacionais: Milicia, Ponto de Mira, o Pedro Almeida proprietário da Emboscada também por lá andava pelo menos a jogar, assim como o Fernando Pimenta proprietário da Soldiers. Tinhamos no final do ano o Z.E.A.O. mas isso era de expressão e motivações exteriores promovido pela marca de tinta ZAP.

Paralelo a isto havia um pequenissimo Tomahawk Tour, nem se notava a sua existência, os "da casa" sabiam que existia, mas dava para perceber que competição não era o nicho favorito de negócio da então solitária Estratego. Recreativamente havia os Renegados. Todo o restante paintball eram os campos comerciais.

O que mudou para a temporada seguinte de 02/03, os fornecedores e comerciais de paintball interessados no meio competitivo juntaram-se com pequenas boas intenções (juntar todas equipas) e muitas intenções comerciais, em resumo fazer mais dinheiro. Passamos de uma época desportiva mediana (CircuitoZap) para uma péssima (Copa Ibérica). Um concurso de organizações a nivelar por baixo com constante apontar de dedos, aquela mentalidade muito portuguesa de "se alguém fez mal, eu posso fazer mal menos um bocadinho que já é melhor". Foi assim uma Copa Ibérica (reconhecem o protagonismo de um bom nome?), com dez provas uma delas em Espanha, e com a presença regular de talvez uma equipa espanhola, os Romanitos, os Tunel Rats apareciam de vez em quando (Secalhar deviar ter sido Copa Mundial, contando com algum possivel imigrante).

Muita gente simplesmente desmotivou de dar o seu amor e presença ao Paintball, algo completamente natural. Ver videos no Warpig das provas nos EUA, onde a prova mais cara em termos de inscrição e bolas seria o Ultimate Madness uma prova de 3 para 3 com prémios brutais (vejam pelos vossos olhos no PigTV.net), prova com menos recurso financeiro do que o investimento que algumas equipas nacionais faziam. Algo se passava mal, a balança de preço qualidade não estava nada ajustada. Maus preços! Péssima qualidade!

Isto deu, por vários atalhos e trabalho, na fundação da L.P.P., Liga Portuguesa de Paintball, alguns dos que nos sentimos inconformados juntamos e fizemos algo parecido com o que viamos quando recebiamos o Millennium em Portugal, e quando viamos videos dos EUA. A ajudar a motivação, a NPPL Super 7 tinha começado em 2003, era terrivel ver aqueles videos de Huntington Beach pela primeira vez e depois pegar no material para ir jogar no matagal arranjado para mais uma prova da Copa Ibérica.

Facto LPP - Objectivo número um criar uma competição acessivel de igual forma para todas as equipas, resolvendo um dos principais problemas, as equipas com mais fundos tinham mais hipoteses de ganhar no final.

A primeira temporada da LPP, a Ponto de Mira não quis aceitar fechar as portas a organizar provas, uma medida talvez sensata para alguns. Então decidiram contratar o André Clemente que se tinha tornado uma persona polémica no fórum dos Renegados por escrever determinadas afirmações "certas" ( e porque era amigo do Luis Cunha), e recrutaram (talvez inadvertidamente) os apoiantes (graxistas) da causa (que decidiram talvez por eles próprios) guerra de argumentos entre campeonatos (LPP vs RLX). Mas isto não é a parte relevante até porque o RLX apresentou-se com qualidade em média boa nas suas quatro provas, quer dizer a prova de Tróia equilibrava a média, porque o lamaçal no campo dos Pintabolas, ou o empedrado em Alcácer do Sal, fizeram-me abençoar o facto de nos Trolls estarmos a arbitrar todo o campeonato regional de LX.

A Estratego empresa que tinha acabado de reforçar-se na competição em termos de equipas, Mighty Ducks e Centerflag Europe (praticamente o mesmo) tornaram-se a equipa Estratego, e outros apareciam na LPP como equipas fornecidas pelas Estratego. Assim desta forma juntaram-se ao RLX, até uma prova de Tróia onde um funcionário desta empresa não teve a destreza para resolver problemas com os donos do espaço e provocar um incidente entre ambas empresas. Este incidente (mais toda a bagagem anterior) e todas as teimosias causaram mais tarde o nascimento do regional paralelo em Lisboa, Open de Lisboa.

No final da temporada (03/04) deu-se um dos acontecimentos mais importantes do paintball nacional, a contractação por parte da Ponto de Mira, da maioria dos jogadores da Estratego (equipa). Em resposta a Estratego empresa, assinou o fornecimento com grande parte das equipas nacionais.

Tivemos então uma temporada de (04/05) com a LPP a passar para cinco provas depois do primeiro ano com seis, RLX a passar das quatro para cinco provas, e o OLX a aparecer com cinco provas. Fora disto havia o TRN, lamento mas não tenho muita informação pessoal para comentar.

Não sei precisar, mas sei que foi talvez no final de 2005, o André Clemente foi despedido da Ponto de Mira, publicamente por embirração crónica com a equipa Paintoon (legitima ou não é irrelevante), e foi rapidamente contractado pela Estratego para vir fazer o mesmo tipo de operação de embelezamento que fazia no RLX para o OLX. Um bom promotor de protagonismo que quando está "frio" rapidamente tenta aquecer com polémica, muita vez de forma ridicula... (Breve descrição apagada, porque não vale a pena perder tempo)... (Get on my level! What?)

Fazemos um fastforward para o presente com a nota que todos os circuitos mantiveram-se com o seu número de provas, e a Sul começa a surgir vida em termos de competições. E pelo meio tivemos Rarissimas, Provas isoladas, etc...

(Qualquer pessoa que apoie um argumento ou uma causa sem sentido, ou é louco ou é mentiroso e tem algo a ganhar)

A parte relevante ao tema deste post.

Eu compreendo as equipas que não querem ter muita despesa e compromisso para jogar paintball e ficam pelos regionais, mais perto de casa sem alojamentos fora.
Também tenho olhos na cara para ver a qualidade e investimento das empresas nos "seus" campos.

Mas será que algumas pessoas que não conseguem evitar de dar a sua opinião, são tão débeis mentalmente como o fazem transparecer quando emitem argumentos ou opiniões? Ou o que ganham por serem graxistas, recebem à comissão?

E apoiar argumentos dos quais nem fazem parte e não vos afectam, ganham reputação dessa forma?

Será que alguns jogadores de Paintball precisam de um abraço paterno, e procuram substituto?

Será que ninguém se sente incomodado quando alguém muda algo que lhes diz respeito directo, lhes vão à carteira, mudam as bases de uma competição justa, monopolizam as vossas escolhas?

E o pouco que fazem é ficarem calados para não se prejudicarem contractualmente no euro que poupam por caixa? Ou pronunciam-se atrás de um teclado (vozes de mudo não chegam ao céu)?

Antes de virarem o bico ao prego - Também tenho criticos que não gostam das minhas decisões e trabalho mas gostava sinceramente de ver alguém fazer o que fiz, que faço, poderei e irei fazer da mesma forma interessada nos objectivos correctos. Convido no minimo todos a participar e quem me conhece aceito muitas ideias novas desde que me pareçam boas, úteis e correctas.

Não se deixem ficar no "deixa estar" e não sejam activistas do teclado, sejam pro-activos e façam acontecer para vocês e para todos nós, eu já fiz e faço a minha parte. Façam! Senão estou a "pregar para os peixes".

Jaime Menino, jogador de Paintball.

3 comments:

  1. Menino cada vez que venho ao teu blog, não sei o leio se o compro, tanta é a PUB com que nos bombardeias! AHAHAH

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  2. Clicka e se quiseres compra (as cenas da PUB) :P

    Abraço
    Jaime

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  3. A Asfixia e caciquismo existem no pb português...

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